Hospital Regional de Taguatinga convive com a ausência de remédios de pessoal e de vagas para cirurgia, além de superlotação no pronto-socorro. Pacientes e acompanhantes reclamam da falta de limpeza e até de cama para internos.
Pacientes e acompanhantes dormindo no chão. Quartos da internação subutilizados por falta de pessoal e material para a limpeza. Falta de profissionais de saúde e até de medicamentos, como reagentes para exames básicos. Esses são alguns dos problemas que se acumulam no Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
Dois leitos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) estavam fechados por falta de pessoal, terça-feira, segundo o Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Laboratório (Sintralab-DF). Na área imunológica, faltavam os reagentes ferritina, pcr, aslo, c3, c4. Exames para avaliar a tireoide como TSH e T4L não eram feitos. As seringas de 3ml e 5ml, que permitem colher sangue de bebês com maior facilidade, também estavam esgotadas, assim como materiais urucultura e frascos de hemocultura. “Várias vezes os exames são liberados pelo Hospital Regional de Samambaia por falta do profissional no HRT”, afirmou o presidente do Sintralab-DF, André Angelo.
Francisca Tenório, 49 anos, teve o filho Matheus, 22, internado entre agosto e outubro, por um período de 38 dias. Ele ficou alojado no pronto-socorro, em uma maca no chão. “Havia só uma enfermeira para 100 pacientes. Disseram que atenderiam apenas casos emergenciais e que meu filho não era caso de hospital. Fiquei das 10h à 0h e, quando ele visitou o médico, foi internado na hora. Então, como se sabe se o caso é grave se a pessoa não passa pela triagem?”, questionou a mãe.
A filha Noemi, 15, também foi internada no HRT, em outubro. Foram 20 dias na enfermaria. “Tive que comprar esparadrapo e termômetro. Os demais acompanhantes também tinham que adquirir materiais.”
Longa espera
Após quebrar a perna em casa, Ecimar Silva Sousa, 39, foi à Emergência do HRT, onde conseguiu a internação imediata, mês passado. Mas esperou 12 dias para realizar a cirurgia. “Tinha gente que estava há dois meses esperando (pela cirurgia). Além disso, era muita gente amontoada junto e pacientes que dormiam em macas no chão”, contou.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Saúde (SES/DF) disse não haver paciente dormindo no chão da unidade. Alegou que pessoas em situação de rua entram na recepção e dormem por lá, às vezes. Afirmou que as cirurgias continuam sendo realizados, observando a escala de trabalho das equipes.
Informou que “atualmente, a rede conta com quase 300 anestesiologistas”, havendo um “déficit de 100 profissionais”. Mesmo com todas as convocações feitas recentemente, porém, não consegue preencher as vagas, pois muitos convocados não se apresentam para o cargo. Um concurso público deve ser feito em 2018. A pasta garantiu a reabertura dos dois leitos bloqueados da UTIN, no início de 2018.
Ainda, ressaltou que o HRT tem estoque de seringas de 3ml e 5ml e que, quanto aos reagentes
, está adquirindo os insumos para toda a rede. Para os exames TSH e T4, o processo de compra está em fase final. Para os exames PCR, C3 e C4, a compra está em andamento. Também comprou, na última semana, o insumo necessário para liberação do exame urocultura com antibiograma e os frascos de hemocultura, com previsão de entrega para até a próxima semana.
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