quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Alunos do DF vencem prêmio nacional de astronomia

Três estudantes do Distrito Federal foram vencedores de um prêmio nacional de astronomia. O Concurso de Astronomia para Estudantes 2017, realizado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) em conjunto com Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), desafiou os alunos a escolher um objeto astronômico para ser fotografado por telescópio. Eles tiveram que defender a escolha baseados no valor científico e no apelo visual do objeto.

Na categoria do Ensino Fundamental II, a aluna do 9º Ano do Centro de Ensino Médio 9 (CEM 09) de Ceilândia Sara Yasmin Gonçalves, 15 anos, foi premiada por ter escolhido o sistema binário estelar ETA Carinae.

Mesmo com pouca idade, Sara já conquistou 14 medalhas em olimpíadas de matemática, astronomia, astronáutica e robótica. O interesse em participar dos concursos apareceu quando ela ainda estava no 6º ano.

“Eu sempre gostei e tive facilidade com as matérias exatas, mas só fui gostar de astronomia mesmo depois de conhecer a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA)”, afirma a aluna, que já reconhece a vontade de ser astrônoma no futuro.

Fome de conhecimento
Na opinião da menina, a curiosidade e a “fome de conhecimento” são os principais fatores que fazem os alunos se envolverem com as olimpíadas. “Participar me deixou ainda mais empolgada em aprender. Eu acho que todos os alunos poderiam passar por isso também”, recomenda Sara.

Ela foi a única aluna da rede pública do DF a vencer alguma categoria na edição deste ano do concurso. Na escola dela existem dois projetos voltados à participação dos alunos em olimpíadas de conhecimento.

Na categoria do Ensino Médio, os vencedores foram os alunos de escola particular: Miguel Dias e Laura Melo, ambos de 16 anos, que cursam o 2º ano no Centro Educacional Sigma de Águas Claras. A dupla escolheu a Nebulosa da Águia, um aglomerado estelar aberto que é encontrado na constelação de Serpente.

Exemplo para outros estudantes
A coordenadora das Olimpíadas Científicas do CEM 9, Alessandra Lisboa, lembra que a conquista de sua aluna servirá como exemplo para estudantes de todo o Brasil. “Uma estudante da rede pública, que não tem ensino de astronomia na grade curricular, conseguir vencer o concurso mesmo com as adversidades é algo que deve ser reconhecido”, declara. A professora apontou que as vagas na escola ficaram bem mais concorridas após o sucesso nos concursos.
“A maioria dos alunos que participam dos projetos já sai da escola sabendo em qual área vão querer trabalhar. É uma oportunidade de eles se descobrirem”, complementa Alessandra.
Incentivo em casa
A mãe de Sara, a secretária Dinalva Gonçalves Rocha, destaca que nunca cobrou resultados da filha. “Eu só cobro a participação. Sempre incentivei os meus filhos a não perderem nenhuma oportunidade que a vida proporciona”, diz.
A mãe relata que fica mais empolgada pela evolução da filha do que pelas premiações ou medalhas conquistadas. “Às vezes até eu sinto vontade de poder participar dessas olimpíadas”, brinca Dinalva.

Matheus Venzi
matheus.venzi@grupojbr.com

Fonte: www.jornaldebrasilia.com.br                            

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