terça-feira, 15 de agosto de 2017

Apoiadores da cúpula do PCC entram na mira da Polícia Civil do DF

Investigadores monitoram nomes ligados ao comando da facção, que deve ser transferido para o DF quando terminarem obras do presídio federal.

A menos de um mês para a conclusão da obra da penitenciária federal que é erguida em território brasiliense, a Polícia Civil do Distrito Federal ligou o sinal de alerta. É que o complexo, a ser entregue em setembro, deve receber integrantes da cúpula de uma das mais perigosas organizações criminosas do Brasil. O iminente desembarque em Brasília de presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção em atividade no país, levou a PCDF a monitorar toda a estrutura que costuma acompanhar esses detentos, incluindo familiares, advogados e comparsas.

Os investigadores temem que a chegada de figurões do PCC transforme o cenário da criminalidade local, intensificando ações e tornando-as ainda mais violentas. Eles consideram que crimes como roubos a bancos, sequestros mediante extorsão e atentados contra delegacias e transportes coletivos, promovidos com frequência pela facção nos estados brasileiros, podem ocorrer também no DF.

Temos esse receio. Por isso, daremos início a um minucioso monitoramento para identificar pessoas que podem entrar em contato com a célula do PCC no DF, que, por enquanto, está completamente neutralizada."
Investigador da PCDF, que pediu anonimato para não atrapalhar o trabalho de inteligência da corporação.
Atualmente, os resquícios da organização criminosa em Brasília não têm o apoio dos líderes que estão em São Paulo. “Algo semelhante ocorreu em cidades no interior paulista, quando os presídios federais abrigaram membros da cúpula do PCC e começaram a ocorrer crimes graves, que antes não eram registrados. Queremos evitar que isso aconteça no DF”, reiterou o policial.

Grupo de apoioSegundo as investigações iniciais, explicou a fonte ouvida pelo Metrópoles, há grande movimentação de “apoiadores” todas as vezes que integrantes da facção são transferidos entre os presídios federais espalhados pelo país. O séquito é responsável por montar a estrutura necessária para que os bandidos, de dentro do cárcere, continuem no comando das ações do PCC. Portanto, o “trabalho” dos apoiadores é o que viabiliza a comunicação dos detentos com pessoas fora do sistema prisional e com comparsas detidos em outras prisões.
Com isso em mente, o monitoramento conduzido pelos policiais civis brasilienses será focado em nomes ligados a figurões da facção que podem acabar vindo para o DF, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. A história do PCC em Brasília começou justamente com ele, em 5 de março de 2001, após o chefe máximo da organização desembarcar em terras candangas.
Depois de peregrinar por diversos presídios do país, Marcola foi recolhido ao Centro de Internação e Reeducação (CIR), no Complexo Penitenciário da Papuda. Apesar da estadia ter sido curta – ficou preso até 8 de fevereiro de 2002 –, a passagem de Marcola pela capital deixou marcas profundas, tanto na mentalidade da massa carcerária quanto na Segurança Pública do DF.

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