Para ajudar o próximo não existe tempo ou idade certos. Assim pensa Clara Luz Hermida, de 11 anos, que é responsável, junto aos pais, por uma ação social que já ajudou cerca de 3 mil pessoas de seis cidades. O Projeto Esperança, idealizado pela menina quando ela tinha 8 anos, empresta equipamentos hospitalares, doa cestas básicas e faz festas beneficentes para ajudar os necessitados. O projeto chegou ao DF e já disponibilizou duas cadeiras de rodas. A meta é arrecadar ainda mais cadeiras.
A sede do projeto fica em Uberlândia (MG), onde Clara mora. Porém, existem outras cinco sub-sedes no Rio de Janeiro, São Paulo, Gurinhatã (MG), Ituiutaba (MG), e no DF. Atualmente o Projeto Esperança conta com 58 cadeiras de rodas, dez andadores, dez muletas e duas camas hospitalares. Os itens são emprestados por seis meses, podendo ter renovação, para qualquer um que precisar.
O pai da menina, Luis Hermida, 41, conta que o interesse da filha em ajudar os outros começou aos 5 anos. “Quando fomos visitar a minha família no Rio de Janeiro, nos deparamos com as enchentes em Nova Friburgo. Ela ficou bastante sensibilizada, mas naquela época não tínhamos como ajudar”, relata. Três anos depois, um clipe do artista americano Justin Bieber, que retratava a miséria do Haiti após a guerra civil, serviria de inspiração para a garota idealizar o projeto.
“Depois de ver esse clipe ela começou a insistir que queria doar sangue e cabelo, mas era muito pequena pra isso”, conta Luis. Por insistência de Clara, ele acabou conseguindo algumas cadeiras de rodas para poder doar e assim o projeto foi começando a nascer.
A menina não se acha diferente das outras crianças. “Eu não sou melhor que ninguém, a única coisa que eu faço é tentar ajudar quem precisa. Qualquer pessoa da minha idade pode fazer isso e eu sempre incentivo meus colegas” conta Clara.
A estudante destaca que para começar a ajudar é muito fácil. “A pessoa pode iniciar com atitudes simples, como pegar roupas e brinquedos que não usa em casa para doar”, expõe. Quando crescer, a menina pretende ser médica geriatra, para atender idosos.
No DF, um dos beneficiados pelas ações da menina é Rivaldavio Serafim de Freitas, 68, morador de Taguatinga Sul. Ele recebeu uma cadeira de rodas. “Tive um AVC em 2009 e perdi os movimentos de um lado do corpo. Essa cadeira me ajuda muito porque consigo me deslocar com mais facilidade”, conta.
Além dos projetos sociais, a menina escreve livros infantis. No mês passado, Clara esteve na Semana Literária da Escola Classe 604 de Samambaia para mostrar aos alunos que eles também podem escrever.
Fonte: www.jornaldebrasilia.com.br
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