terça-feira, 3 de outubro de 2017

Polícia apreendeu 4 toneladas de maconha neste ano no DF

Mais de quatro toneladas de maconha foram retiradas de circulação no Distrito Federal neste ano. O montante, equivalente às apreensões entre janeiro e agosto, não inclui números como os desse fim de semana, que somam mais de 160 kg. No domingo, traficantes interestaduais tentaram entrar na capital disfarçando o cheiro com frutos de pequi e foram presos. Em volume, a droga derivada da cannabis é a mais apreendida e costuma chegar pela BR- 060, que liga o DF a Goiânia (GO).

De acordo com Rodrigo Bonach, delegado-chefe da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), a maior parte da maconha chega da região fronteiriça entre Ponta Porã (MS), Paraguai e Bolívia. Ambos os países são os maiores fornecedores de drogas ao Brasil, que, além de destino, é rota de passagem especialmente para a África Ocidental e Europa.

Da cidade sul-matogrossense a Brasília são 1,3 mil quilômetros por terra, sendo mais de 800 km percorridos pela BR-060. O trajeto é utilizado por muitos traficantes e monitorado pela Polícia Rodoviária Federal. Tatiane Kawamura, chefe da comunicação da corporação, garante que a rodovia está na mira de operações contra o tráfico. “Há tentativa de disfarçar o cheiro com café, por exemplo, mas não tem jeito: cães conseguem farejar”, avisa.

As três toneladas de maconha que a Secretaria de Segurança diz que polícias Civil e Militar apreenderam no ano estão abaixo do registrado em 2016, quando, no mesmo período, foram 3,7 toneladas. De acordo com a pasta, as ações de inteligência e investigação têm dificultado a entrada de grandes quantidades de drogas no DF. A Polícia Rodoviária contabiliza outra 1,58 tonelada apreendida nas rodovias da capital e Região Metropolitana – em 2016 foi 1,68 tonelada.

Nem o pequi disfarçou
No domingo, desarticulado o esquema interestadual, oito pessoas foram presas na BR-060, próximo a Engenho das Lajes, com os 100 kg de maconha escondidos no porta- malas entre pequis. A operação Carga Pesada recolheu o equivalente a R$ 150 mil em entorpecente.

A droga chegou ao Brasil pela fronteira com Ponta Porã e era trazida pelo fornecedor Marcos Sergio Marques de Brito, suposto responsável pela logística. A droga foi deixada nas redondezas de Goiânia e a negociação feita com traficantes do Sol Nascente, em Ceilândia, e de Pitangui (MG), a 700 km do DF.

Os passos do fornecedor foram monitorados e os indícios apontam atuação há mais de um ano. “Descobrimos que ele levava drogas em larga escala especificamente para Ceilândia e cidades do Entorno. O DF era destino e plataforma de entreposto comercial para Goiás e Minas Gerais. Um traficante amador não conseguiria fazer um esquema logístico destes”, afirma o delegado Rodrigo Bonach.

Aqui, a droga seria revendida no Sol Nascente por uma organização sob comando de Daniela Viergínia de Souza Galheno, 41 anos, velha conhecida da polícia. Ela tem passagens por duas tentativas de homicídio, em 1995 e 1998, tráfico de drogas em 2003, porte ilegal de arma de fogo e tráfico em 2010 e cumpria prisão domiciliar. Agora, na lista de crimes, também será incluído o flagrante que pode levá-la à reclusão por até 25 anos. “É uma pessoa perigosa”, classifica o delegado.

Jéssica Antunes
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br

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