sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Taxista chama a polícia e impede assassinato na Asa Norte

Um relacionamento abusivo quase teve um final trágico. Um adolescente de 17 anos tentou matar a ex-companheira depois de armar uma emboscada para ela, junto à atual namorada. O caso ocorreu na noite de quarta-feira e só não terminou em morte porque um taxista percebeu a situação e chamou a Polícia Militar. A equipe encontrou os acusados em um matagal entre o Colégio Militar de Brasília e oficinas da 905 Norte.

A ação começou no fim da tarde, quando a vítima, de 29 anos, combinou de se encontrar com Jucielen da Costa Ribeiro, 20, atual namorada do adolescente. O ponto de encontro seria a Vara de Execuções Penais (VEP), no Setor de Rádio e TV Sul, mas Jucielen mudou de ideia: disse que tinha uma surpresa para a vítima e que seria melhor encontrá-la no Setor Comercial Sul. O que a mulher não sabia é que o ex-companheiro estaria presente.

Assim que os viu, ela tentou fugir, mas o menor de idade começou a ameaçá-la com um revólver. Com arma na mão e a ajuda da namorada, ele abordou um taxista, obrigando-o a fazer a corrida que terminaria em uma pousada na 704 Norte. O serviço foi pago com o dinheiro roubado da bolsa da vítima, que, a todo o momento, era ameaçada.

Socorro
De acordo com o major Michello Bueno, da Comunicação Social da Polícia Militar, ao deixar o trio na W3, o taxista ligou para o 190, que rapidamente encaminhou a ocorrência para uma viatura próxima. Pouco tempo depois, os policiais chegaram ao local e ouviram os pedidos de socorro da mulher. Os acusados tentaram fugir para o matagal das proximidades, mas foram encontrados e detidos. Junto a eles, a polícia apreendeu a arma utilizada e uma porção de crack.

Em depoimento, a explicação para o crime seria o atual relacionamento da vítima. O novo namorado é irmão de um major da PMDF, o que preocupou o menor, já que todos tiveram envolvimento com a criminalidade recentemente.

O trio se conhece há algum tempo. Vítima e Jucielen foram companheiras no presídio feminino durante o tempo em que a primeira respondeu por roubo.

Momentos de terror
“Ele falou para o taxista ficar de boa que não ia acontecer nada com o cara, mas que eu ia morrer”, afirma a vítima ao Jornal de Brasília sobre o que viveu. Ao relembrar dos momentos de pânico, ela releva ter pensado que ia morrer. “Ele dizia que, antes de me matar, ia me torturar um pouquinho, mas que daquele dia eu não passaria”.

O relacionamento conturbado começou em dezembro de 2015 e durou até a detenção de ambos, no dia 24 de março de 2016. Teria sido nesse período de prisão que as ameaças começaram. “Ele mandava recado para mim, falando que, se eu não quisesse ficar com ele, ia mandar me matar”, conta a mulher, que está fora da cadeia desde o dia 11 de julho deste ano.

Os constrangimentos não acabaram por aí. Ela relata que ficou dez dias em poder dele em uma chácara no Incra 8, sendo ameaçada a todo o momento. Só conseguiu fugir no dia 11 deste mês.

A mulher diz que quer reconstruir a vida e por isso iniciou um novo relacionamento. Porém, o receio de que haja novas tentativas de homicídio contra ela é grande.

O major Michello Bueno, da PMDF, lembra que o adolescente, mesmo na delegacia, ameaçava a vítima e os seis filhos dela, dizendo que mataria todos. A saída encontrada pela vítima é se mudar com os filhos para o Piauí onde a família mora. Apesar de todo o trauma, ela tem um agradecimento: “Se não fosse o taxista que avisou a polícia, eu não estaria aqui. Quero muito agradecê-lo”.


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