quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Mulher morre após ser medicada em unidade de saúde da família

Uma mulher morreu, na manhã desta quarta-feira (29), após tomar uma dose de penicilina benzatina, mais conhecida como benzetacil, na unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) de São José, em São Sebastião. 

Edivina Araújo de Aguiar, de 51 anos, tinha um quadro de febre reumática e sofreu uma parada cardiorrespiratória após tomar o medicamento, o qual ela já fazia uso para tratar a doença. Ainda não se sabe se a ocorrência foi consequência da aplicação do medicamento ou de algum outro fator associado à saúde já frágil da paciente. O corpo será encaminhado para a necropsia para identificar a possível causa da morte.

O filho de Edivina, Gabriel Araújo dos Santos, contou que a mãe tinha um histórico de saúde complicado e estava passando mal nas últimas semanas, devido ao somatório de problemas de saúde – chagas, febre reumática, funcionamento irregular das válvulas do coração, além de congestão hepática, que é quando o fígado fica encharcado de sangue. “Hoje, ela passou mal, foi ao posto, tomou a benzetacil e faleceu”, disse.

Denúncia
Após o ocorrido, o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF) aproveitou para denunciar a forma como o modelo ESF está sendo implantado no DF. “Ainda este mês nós estivemos na região leste e alertamos que poderiam acontecer óbitos por conta de uma assistência precária. 

Nós entendemos que para colocar os trabalhadores para atender, a Secretaria de Saúde deve dar o mínimo para que uma assistência digna seja prestada”, diz o vice-presidente do Sindate-DF, Jorge Vianna. “Infelizmente a gente sabe que após a administração de uma medicação, o paciente pode ter um choque anafilático ou uma parada cardíaca, e morrer e foi o que aconteceu. Mas, o que mais dói, é saber que essa morte poderia ter sido evitada se a ESF oferecesse estrutura”, completa.

A denúncia veio acompanhada da informação de que o atendimento à Edivina foi realizado sem a presença de médico na equipe, situação que, segundo o sindicato, já teria sido apontada por profissionais que relataram que estavam sendo obrigados a aplicar esse medicamento nos pacientes sem a presença do médico. 

A Secretaria de Saúde refutou a denúncia e garantiu que todas as unidades da ESF possuem médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários. Ao JBr., o filho de Edivina defendeu que não houve negligência. “A médica estava lá e orientou que isso poderia ocorrer. Não posso acusar ninguém. O acompanhamento foi certinho”, alega Gabriel.

Em nota, a secretaria afirmou que a denúncia trata-se de “mais uma tentativa de desinformação movida por interesses corporativos contra a adoção de um modelo de atendimento na Atenção Primária que é preconizado pelo Ministério da Saúde e adotado nos países que têm atendimento de saúde pública mais desenvolvidos, a partir de um incidente trágico cuja ocorrência a Secretaria de Saúde lamenta”.

Fonte: www.jornaldebrasilia.com.br                            

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